A cultura e história de um povo podem ser descritas, lidas e interpretadas por intermédio da arte. Um dos componentes artísticos que podem retratar esta realidade são as construções históricas. Em Boa Vista, encaixam-se nete contexto a Prelazia, Igreja Matriz Nossa Senhora do Carmo, Igreja de São Sebastião, Catedral Cristo Redentor, Monumento ao Garimpeiro e muitas outras. Essas obras artísticas são fontes que contam as características, cultura e história da construção e formação de Roraima. Conforme o professor de história da arte da Universidade Federal de Roraima (UFRR), Reginaldo Gomes, cada construção é uma expressão daquele momento histórico. “As obras de artes são feitas com a leitura que o artista faz do tempo em que vive”, diz. A Prelazia e a Igreja Matriz Nossa Senhora do Carmo foram construídas nos parâmetros do fim do século XIX e início do século XX, com uma mistura dos estilos barroco e neoclássico. Tijolos e barro foram os principais itens usados na época. As duas obras retratam o domínio da Igreja Católica. A prelazia foi construída em 1907 e era administrada por padres beneditinos. Já a Igreja Matriz, foi, antes da obra principal, uma capela construída por padres franciscanos em 1892. Em 1909, os padres beneditinos levantaram o que é hoje a Matriz. A pequena igreja São Sebastião foi construída após a promessa feita por uma matriarca local e também proporcionava facilidade de locomoção para os fiéis que tinham dificuldade de chegar até a Matriz. A igrejinha também apresenta traços barroco e neoclássico. Décadas mais tarde o centro cívico de Boa Vista ganhou uma construção moderna e imponente: a Catedral Cristo Redentor. A obra seguiu os traços dos anos 60 que nortearam, por exemplo, a construção de Brasília, enfatizando o uso do concreto. No entanto, a parte interna não perde as características regionais, de forma que a parte externa expressa linhas mais globalizadas. O Monumento aos Garimpeiros é marca registrada da cidade e faz parte do complexo arquitetônico do Centro Cívico. A obra, em balata, foi feita em homenagem ao período em que o garimpo movimentava a economia local, na década de 70 e 80.
Reportagem: Bruno Willemon
Fonte: www.folhabv.com.br
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