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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Ministério dos Esportes cancela recurso para construção de estádio em Boa Vista.




O Ministério dos Esportes acolheu recomendação do Ministério Público Federal em Roraima (MPF) e cancelou a dotação de recursos para construção de um estádio de futebol em Roraima, orçado em R$ 257 milhões, para supostamente abrigar uma subsede da Copa de 2014. A Caixa Econômica Federal já havia suspendido a execução do contrato de repasse de recursos públicos federais ao Governo de Roraima em dezembro passado, quando da recomendação. Os recursos eram provenientes de emenda parlamentar no Orçamento da União proposta pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB). Boa Vista pleiteia o posto de subsede do evento, mas não receberá nenhum jogo oficial. A cidade receberia, no máximo, seleções que queiram se preparar para o Mundial, com a realização de treinos. Sem falar que para ser subsede não há obrigatoriedade de construção de estádio de futebol, segundo o Comitê Gestor da Copa. É preciso ter boa rede hoteleira, sistema de telecomunicação eficaz e um campo de futebol, e não estádio, já que não haverá plateia, além de atender a outros requisitos. O novo estádio de futebol teria 22.500 lugares, telões e um amplo sistema de iluminação, além de outros itens modernos e de cara manutenção. O atual estádio Flamarion Vasconcelos, o Canarinho, que está há anos abandonado pelo poder público, daria espaço para a construção. Ao mesmo tempo em que negou a liberação do valor vultuoso, o Ministério dos Esportes destinou R$ 28 milhões para reforma do Canarinho e sugeriu que o Estado invista os R$ 8 milhões que havia alocado para a construção do novo estádio. Ou seja, serão R$ 37 milhões a serem investidos em melhorias no Flamarion Vasconcelos, o que corresponde a aproximadamente 10% do que as autoridades pretendiam investir na nova construção. “Em momento algum o MPF foi contra a reforma do Canarinho. O que buscamos é a reforma adequada e necessária, dentro das necessidades da população”, enfatizou o procurador da República Rodrigo Golivio Pereira, autor da recomendação. A obra é avaliada pela Procuradoria como de alto custo imediato e futuro, com ausência de demanda. “Um estádio para 22.500 pessoas não atende a necessidade da população, que não precisa disso. Se transformaria, talvez, em um ‘elefante branco’, seria custoso para administração pública mantê-lo”, pontuou. A manutenção de um estádio desse porte, conforme cálculos do MPF, ficaria anualmente entre R$ 5 milhões e R$ 7 milhões. Para reforçar a negativa da construção do novo estádio, o Ministério Público Federal observa que Roraima dispõe de poucas equipes de futebol profissionais, tendo como média de público a menor do Brasil, segundo informações da Federação Roraimense de Futebol. 
Reportagem: Andrezza Trajano


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