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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Literatura: Eliakin Rufino lança livro que reúne seus melhores poemas.




O primeiro escritor a publicar um livro de poemas em Roraima foi Eliakin Rufino, que desde 1984 vem marcando presença e colocando em evidência o setor artístico roraimense, tendo como marca registrada a diversidade temática e a pluralidade musical e artística. Dentre as obras mais recentes do poeta está “Cavalo Selvagem”, elaborada a partir de versos e poemas escritos no decorrer de sua carreira. “Este é o décimo livro da minha carreira e reúne material das publicações anteriores desde poemas infantis, regionalistas, filosóficos, versão poética do Estatuto da Criança e do Adolescente, o ECA, até os inéditos”, comentou o autor. O nome da publicação surgiu a partir de um dos textos mais conhecidos do autor, escrito em 1989, sendo recitado de Norte a Sul por poetas, atores, professores e estudantes. Rufino contou que, em 2009, o poema foi tombado como referencial artístico-cultural na emenda à Constituição do Estado, que designou os patrimônios históricos, artísticos, sociais, turísticos, ambientais e culturais roraimenses. “O livro é constituído por 215 páginas repletas de poemas distintos e criativos, que retratam muito bem minha trajetória artística, por isso escolhemos minuciosamente a denominação, a fim de propiciar ao leitor uma panorâmica do meu trabalho”, detalhou. Para Rufino, poemas são deleites não apenas dos poetas, mas das pessoas que se deixam levar pela alma da palavra rimada em versos. “Escrever e saber construir um texto poético depende do encontro do escritor com a forma que mais lhe inspira. É parte de um pulsar subjetivo, que encontra vazão em um estilo contemplativo do espírito”, descreveu. A editora Valer de Manaus (AM), responsável pela publicação, fez uma tiragem de mil exemplares do “Cavalo Selvagem”. O lançamento da obra, no Amazonas, ocorreu no dia 24 de setembro, onde teve uma tarde de autógrafos. “Aqui em Roraima foram feitas duas sessões de autógrafos. Uma aconteceu no último sábado, 15, na Livraria Nobel, rua Araújo Filho, e a outra na noite de quarta-feira, 19, no Café Literário que aconteceu na videoteca do Palácio da Cultura.

Conheça mais sobre o poeta Eliakin Rufino.
Nascido em 27 de maio de 1956 em Roraima, Eliakin Rufino se mantém em sua terra natal até hoje, salvo breves períodos de estudo e trabalho fora do Estado. Escritor, poeta, músico, cantor, compositor, filósofo, produtor cultural, professor, jornalista e um dos fundadores do movimento cultural Roraimeira, que teve início na década de 80 e durou cerca de 16 anos. Segundo Rufino, a ideia do Roraimeira era buscar e colocar em destaque a identidade cultural roraimense, por meio da produção de uma arte referenciada pelos elementos da vida e das paisagens locais. Este ano o poeta comemora 27 anos de carreira artística, que ao longo destes produziu oito livros de poesia, lançou quatro CDs solo e três coletivos, compartilhados com os companheiros do Movimento Roraimeira. Faz shows de música e poesia falada, com banda ou no formato voz e violão. Muitas são as atividades que desenvolve, entre elas está a de escrever, que considera uma das preferidas. “Gosto do texto conciso, da audácia, da síntese, de dizer com o mínimo de meios e depois fazer acontecer”, relatou. A arte de Eliakin Rufino revela profunda observação do mundo ao redor, abrangendo um dos elementos mais simples do cotidiano e da paisagem roraimense até temas de interesse nacional e global passando por reflexões sobre o ser poeta e o fazer poético. Das imagens poéticas do artista surgem evocações de pessoas, lugares, bichos, sabores, cheiros, sons e outras tantas sensações. Surgem também notas de sensualidade, indignação, paixão, revolta, encantamento ou da mais genuína ironia. Tudo isso sempre na voz de um observador cuidadoso e crítico que transforma o olhar em poesia. Rufino em sua trajetória tem vários livros publicados, entre eles: Pássaros Ariscos (1984), Poemas (1987), Escola de Poesia (1990), Brincadeira (1991), Poeta de água doce (1993), Versão Poética do Estatuto da Criança e do Adolescente (1995) e Poesia para ler na cama (1997). Tem também poemas publicados em antologias e sites de poesia nacionais e internacionais.
Estas Informações foram tiradas do texto da Profª. Dr.ª Cátia Monteiro Wankler, do curso de Letras da Universidade Federal de Roraima (UFRR).

Reportagem: Neidiana Oliveira


Cavalo Selvagem
Eliakin Rufino

Eu sou cavalo selvagem
não sei o peso da sela
não tenho freio nos beiços
nem cabresto
nem marca de ferro quente
não tenho crina cortada
não sou bicho de curral
eu sou cavalo selvagem
meu pasto é o campo sem fim
para mim não existe cerca
sigo somente o capim
eu sou cavalo selvagem
selvagem é minha alegria
de ser livre noite e dia
selvagem é só apelido
meu nome é mesmo cavalo
cavalo solto no pasto
veloz carreira que faço
lavrado todo atravesso
caminhos no campo eu traço
eu corro livre galope
transformo galope em verso
eu sou cavalo selvagem
sou garanhão neste campo
eu sou rebelde alazão
sou personagem de lendas
sou conversa nas fazendas
sou filho livre do chão
eu sou cavalo selvagem
meu mundo é a imensidão.


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