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sexta-feira, 20 de maio de 2011

Lenda de Macunaíma, Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.




A senadora Ângela Portela apresentou projeto de lei no Senado Federal (PLS 103/2011) que declara a “Lenda de Macunaima” Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, estabelecendo aos entes do poder público o dever de zelar pela preservação de sua memória para fins históricos e de pesquisa. O projeto chegou à Comissão de Educação no dia 19 de abril e já tem parecer do relator, Senador João Vicente Claudino, pela aprovação em caráter terminativo. Ângela Portela explica que, além de preservar uma tradição definidora da identidade do povo roraimense, ao resgatar uma lenda que ganhou projeção nacional e que, ao longo dos anos, vem sendo desvirtuada, esta iniciativa trará outros benefícios para os povos indígenas da região do Monte Roraima. Entre estes benefícios, poderia entrar até mesmo o pagamento de royalties e compensações financeiras pelo uso da imagem do mitológico personagem roraimense. Recentemente, a Petrobras batizou de Macunaima um dos poços de petróleo descoberto nos campos do Pré-Sal, na Bacia de Santos.

A Lenda.
Nas terras de Roraima havia uma montanha muito alta onde um lago cristalino era expectador do triste amor entre o Sol e a Lua. Por motivos óbvios, nunca os dois apaixonados conseguiam se encontrar para vivenciar aquele amor. Quando o Sol subia no horizonte, a lua já descia para se pôr. E vice-versa. Por milhões e milhões de anos foi assim. Até que um dia, a natureza preparou um eclipse para que os dois se encontrassem finalmente. O plano deu certo. A Lua e o Sol se cruzaram no céu. As franjas de luz do sol ao redor da lua se espelharam nas águas do lago cristalino da montanha e fecundaram suas águas fazendo nascer Macunaíma, o alegre curumim do Monte Roraima. Com o passar do tempo, Macunaíma cresceu e se transformou num guerreiro entre os índios Macuxi. Bem próximo do Monte Roraima havia uma árvore chamada de "Árvore de Todos os Frutos" porque dela brotavam ao mesmo tempo bananas, abacaxis, tucumãs, açaís e todas as outras deliciosas frutas que existem. Apenas Macunaíma tinha autoridade para colher as frutas e dividi-las entre os seus de forma igualitária. Mas nem tudo poderia ser tão perfeito. Passadas algumas luas, a ambição e a inveja tomariam conta de alguns corações na tribo. Alguns índios mais afoitos subiram na árvore, derrubaram-lhe todos os frutos e quebraram vários galhos para plantar e fazer nascer mais árvores iguais àquela. A grande "Árvore de Todos os Frutos" morreu e Macunaíma teve de castigar os culpados. O herói lançou fogo sobre toda a floresta e fez com que as árvores virassem pedra. A tribo entrou em caos e seus habitantes tiveram que fugir. Conta-se que, até hoje, o espírito de Macunaíma vive no Monte Roraima a chorar pela morte da "Árvore de todos os frutos".

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